terça-feira, 29 de março de 2011

FRALDA SUJA X FICHA LIMPA

Há em nossa sociedade um forte apelo para que elevemos as punições para os infratores infanto-juvenis como se fossem eles os grandes causadores das nossas desgraças, todavia não me lembro, por exemplo, da presença de nenhum representante da referida faixa em nenhuma das fases da expiação (delação, julgamento, condenação, execução) de Cristo. Talvez, vagamente, um menor aprendiz tenha aprimorado sua carpintaria na confecção da cruz... De certo também que busquei algo um pouco distante da minha prática de leitura, no entanto, o que todos deveríamos saber é que, tal como agora, o senso era tratar  a criança como um pequeno adulto, já que a nossa noção de adolescência nem existia, muito menos a de crime por pedofilia(?)... Não percamos o fio da mesada, dublês de meretríssimos, partamos para atos e atores bem mais recentes onde há documentos escritos e iconográficos que endossem a minha tese: duas grandes guerras mundiais, guerra fria, todas as ditaduras da América Latina e seus desenrolares e agravantes atuais, Vietnam, Malvinas, Golfo Pérsico, Slobodan Milosevic da Iugoslávia, 11 de setembro e USAddan Russein, Líbia, Usina Nuclear no Japão, A FICHA LIMPA do Brasil (ainda se precisou de um voto de Mi-enerva)... Somente citando os desastres de maior ibope para ele$ e impacto para nó§! Ainda assim aparecem justiceiros de toda ordem e desordem querendo que bodes expiatórios saltem das grades do berço para dentro das penitenciárias sem a devida atenção do Estado, quando, se bem me lembro, as armas utilizadas nos precoces e equivocados ritos de passagem pelos referidos também são produzidas por adultos; também pela conivência destes, drogas são trazidas, distribuídas e vendidas sem restrição classificatória. Isso tudo me leva a constatar que não há nada daquilo que um ser de menoridade tenha feito ou faça que uma marcha adulta dentro ou fora do comando já não tenha feito pior (“Existirmos, a que será que se intestina...”). Por sorte, o metano proveniente da decomposição orgânica poderá ampliar as reservas de energia do nosso planeta, mas há o problema com o excesso, o da combustão espontânea potencializada pela estática. Conveniência!

quarta-feira, 23 de março de 2011

VAMOS COM VERSAR A RELAÇÃO

A TRIBU(n)DA de domingo, 20/03/2011, traz como matéria de capa do seu Caderno de Cultura (AT2) um profícuo tema: se as mulheres tivessem um PROCON restrito a suas causas de que elas mais reclamariam. Ali, um(a) personagem global faz coro às lamúrias delas com a predominante queixa do porquê dos homens não discutirem a relação... Ora, imaginemos que desastre seria para a versão diva de Cleópatra se, em alguma passagem de sua estória, tivesse lá a rainha em vez de seduzir reclamado que Marco Antônio, sempre preocupado em conquistar mundos e f(o)ndos, não parasse nunca para discutir com ela sobre a tal ou vice-o-verso: tivesse ele se preocupado com isso desde o seu primeiro caso rumoroso, quais prejuízos não poderiam ter a História do (p)Hoder no Ocidoente? Embora não seja exclusividade dos homens de quando estar por baixo, no abstrato front amoroso, jogar concreto por cima, quando um maXchYo chega a rogar pela famigerada da discussão é porque seu time já está na segunda divisão, no mínimo, podendo pender a cabeça e daí ganhar acertadamente o Trofe(lll) MARIA DA PENHA. Aqui, no entanto, para não perder o (f)oco da(s) que(e)stão acima, pensemos pelas Liliths, Evas, Afrodites, Helenas, Marias, Madalenas, Isoldas, Lucrécias, Joanas, Carlotas, Elizabeth(s), Desirées, Ortizes, Elviras... ...Dilmas (O que é isso companheiro?) etc, ou seja, um infinito caleidoscópio de metáforas que se constituem como fragmentos do discurso fremoroso. Estes são pincelados  convenientemente, a torto e à esquerda, para se garantir território, porém, em caso de perdas de qualquer ordem, o clube recorre somente àqueles mais afe©tuosos possíveis. Curiosamente, já há algum tempinho em que se vê negociações a respeito dos processos emancipatórios da mulher (Inclusive para democratização do ensino!), mote de que então ainda tanta problemática com a porosa? Enter/tanto, se tem mesmo que ser assim,  pelo menos vamos potencializar a gloza: Pagu, Cecília, Hilda, Adélia, Leila, Alice, Elisabeth, Orides, Machado, Josely, Olga, Claudia, Carmem, Helena, Ledusha, Ana C., Germina... ...Cazuza, Rita Lee, Chico Buarque(?). Todavia se a auta-intensão é mesmo a LOVERDOSE, não carecemos realmente de ícones da literatura e muito menos da música, pois esta, a nossa MPBleaaargh, já está bastante abastecida com drogas para soulfridos de todos os plexos. Sendo assim ou por tudo isso, sugiro aos momentaneamente não-mulherzinhas, enquanto há tempo, a adesão ligeira à  lei JOÃO PENEDO:  §Parágrafo único: CHEGA DE ENTRAR MUNDO E SAIR FALADO!

sábado, 19 de março de 2011

ADRENALINA LITERÁRIA

Timidamente, venho eu confessar que aquela transformação proferida em textos anteriores, em busca de uma sociedade mais justa, para além do pretinho básico, iniciada e paralisada no sistema prisional capixaba há mais ou menos 20 anos e recentemente retomada, por este que voz fala tchistre, foi novamente interrompida, portanto, ainda permaneceremos por mais algum templo imundanos. Dos riscos e triscos já citados, o que não contei foi o fato da missão ser terminal: eram duas horas de ônibus para ir e mais duas, no mínimo, para voltar, devido ao engarrafamento (com direito a doses de celular, sem gelo) pelas obras na Rodovia do Contorno; além de, em dias de lluva, o lamabarred quilômetro que separa o ponto final do ônibus das unidades de correr são. Tudo isso exigia o çul da gia, mais um esforço hercúleo deste, nem semideus nem semita nem messias, ainda! Assim sendo, apesar de o leite do meu primogênio hilho estar por hora comprometido, devido ao meu sangue líndio que faz valeporcamente para sua subsistência ou álgool do tipo, fui em busca do meu velocípe de couro para alçar pragmáticas pedaladas a minha combavida lida, voltaire a pensar no doutorado. Resolvi, então, assistir à primeira aula do semestre da admirável e professora de pós-graduação Fabíola Padilha, assim que vi na sua bibliografia de rumo o curso do meu riso: “A Escrita de Si na F[r]icção Brasileira Contemporânea”. Achei o máximo! Agora sim, de bacterias recarregadas,  pude retornar ao transcol, meu sítio de recorrente transpiração, pois minha preparação Física int(é)lectual é veemente/mente testada. Ali desafia-se Newton, já que a prática cotidiana exige que o atleta persista no percurso contrário ao arrranque do veículo (altomotivo) e à cAlma do motorista (pagá, passá, caí e levantá); a tal da inércia fica por conta do apertamento, também hátritos, quando espremem-sê/men entre dois ou três onde há mais quatro, cinco, seis dezenas de corpos num mesmo espaço. Uma pena é que boa parte da periferia já tenha se rendido mesmo ao Pilates e, como sempre, não valoriza o que tem em mãos. Bom, eu lavo as minhas, já que pelo menos, como vereastor (ou pastoreador), dr. Pôncio me garantiu que as balas perdidas que ali ainda existam serão todas resgatadas para o nosso rebanho: Vila Velha caiu em suas graças! Como podem notar não dei a labuta por encerrada: COMPRIMIDOS DE TODO O MUNDO, UNÍSSONOS,  por enquanto, pelo ar da nossa graça(!), lubrifinquem os compressores e, compressas!!!

sexta-feira, 11 de março de 2011

MAIS MASMORRA NA MEMÓRIA

Presídio, dia de sexta-feira, véspera de carnaval, em vias de entrar em sala, mentalizando uma transvalorização em mais uma superaula de “Português Motivacional”, me veio a Pedagoga, de supetão, afirmannndo um Tema Transversal a ser trabalhado em caráter emergencial: Carnaval ou Dia Internacional da Mulher ou Ambos, vide as datas, pois faríamos uma mega-apresentação de colagens e textos para toda a comunidade carcerária e parentes, na semana seguinte após feriado, “já que também as turmas da manhã haviam escrito coisas lindas, emocionantes, que eu tinha que ver...” Atravessei-me todo! Primeiro porque com o advento de algumas facções evangélicas e carismáticas (ambas de caráter pentecós e tais), o carnaval de modo geral caiu em desgraça! Segundo, mulher, mãe, esposa e correlatos já são assuntos complexos para boa parte dos soltos no mundo, imagine para encarcerados, bastante estigmatizados e estigmatizantes. Daí, essas empreitadas carecem de planejamento, de uma introdução para comover a plateia, para depois mostrá-las como causas universais. Tentei: “...lembrem-se da mãe terra que nos alimenta com seus frutos e que, devido ao seu ciclo de fertilidade, deu-se a origem do carnaval, das religiões e das permissividades entre o sagrado e o profano, às custas das quais nos ‘divertimos’...” O burburinho era geral: “putas”, “piranhas”, “coisa do satanás”, “quero falar disso não...” [Caramba]: “gente, para se falar de algo não se tem que necessariamente elogiar, falem o porquê de vocês detestarem a coisa, depois a gente discute suas razões, eu preciso é de ver o nível do texto de vocês... Inventem alguma coisa...” / “Professor, eu não sei inventar nada não... Eu também não! Eu também não! Eu tamb...!” / “Usem a imaginação...” / “Não sei imaginar não...” / “Contem estórias engraçadas sobre a temática que escolherem...” / “Professor, eu não vejo carnaval faz cinco anos...” / “Escreva sobre o seu último, ora”... / “Mas é por causa dele que estou aqui...” / “Então fale em terceira pessoa, rapá, pelo amor de Zeus, não me comprometa, político faz assim, você não sabe? “Só existe corrupto porque existe corruptor” [escrevi no quadro] , viu, é assim que se faz!” / “Ah, assim sim, Pedro...” [Xiii, acho que a Dona não vai gostar!]

segunda-feira, 7 de março de 2011

DE VOLTA AO CÁRCERE MEMÓRIA

Digo só pra vocês que, há mais ou menos 20 anos, entrava eu numa penitenciária pela primeira vez para nunca mais esquecer... Vou me explicar, acabara de me formar em Mecânica na Escola Técnica Federal do Espírito Santo (ETFES, hoje Ifes), mas como minhas notas de segundo grau não foram das melhores não se concretizou de cara o esperado estágio. Minha mãe, a grande causadora de tudo, falecera no início do processo e na sua ausência concretizou-se a esbórnia de uma vida inteira, pelo menos até aqui. Minha irmã, vendo aquela situação, usou de sua “influenza” e me conseguiu o primeiro trabalho de carteira assassinada no Instituto de Readaptação Social (IRS), naquela época ainda na Glória. Apesar do receio, estava na dureza e, além disso, poderia colocar meu marxismo de araque em defesa dos oprimidos. De cara fui rejeitado pelo diretor da cadeia, um Tenente-Coronel, que aos seus olhos, franzino, bem-educado e ingênuo: “Isso aqui não é lugar pra você não!”. No entanto, eu já havia assassinado contrato com a Secretária de Justiça, bati o pé e fiquei, mesmo contra a vontade dele. Descobri rapidamente que ali ninguém estava muito afim de construir uma sociedade mais justa, mas igualiotária. Também descobri que deveria tomar tanto cuidado com os detentos quanto com os detentores, o que não me foi suficiente... A grana bancava os pequenos vícios, seguia em frente então. No final de um ano, ainda não tinha passado por nenhuma rebelião, toda a truculência a que assisti viera da Casa de Detenção, onde ficavam os presos que aguardavam julgamentos (Soubera que alguns quando chegavam a ser julgados já haviam cumprido muito mais que a pena, calúnia!). Foi quando de uma brincadeira com um colega, um senhor aparentemente espirituoso [de porco], levei uma porrada que me quebrou dois dentes. Levamos ambos um balão. Eu aproveitei o meu e, como estava mais leve de dois mastigantes, saí voado dali! Providencialmente aparecera na mesma ápoca um estágio na CST, onde cheguei a fichar, mas pelas incompatibilidades liderológicas, saí ao fim de três anos. De lá para cá passei pela Universidade e simultaneamente por alguns projetos sociais, porém talvez nunca tenha esquecido tal contrariedade, a de nunca ter salvado o mundo. Recentemente, desgostoso de trabalhar em faculdades e sempre sem a devida disciplina para os concursos da vida, optei, como Designação Temporária da SEDU, para trabalhar no sistema prisional: Complexo Penitenciário de Xuri, como professor de "Português Motivacional". Obviamente que, apesar do pouco tempo, já fui mais do questionado sobre os riscos presentes nisso... Claro que me defendi alegando os perigos externos, “já que lá eles já estão presos!” “É, mas você também!!!" ... ... ... persistencialismo Existe.

quarta-feira, 2 de março de 2011

CULTURA.... E SE TIRIRICA FORA CURA!

Palhaçada, hein, Tiririca na Comissão de Educação e Cultura da Câmara? Então, é para rir, chorar de rir... Ou rir de chorar? De acordo com os comentários lidos por mim na Folha.com - Poder, estamos mais para o último caso. Todavia há pouco mais que uma década outro artista consagrou tal refrão: “Tiririca na cultura tanto bate até que fura”. Foi o visionário, agora saudoso, Itamar Assunção, no seu CD, Pretobrás. Neste, fazia ele referência a epidêmica “Florentina”, que elevou seu cantor ao status de celebridade. O que quase ninguém sabe é que, durante toda infância, nosso atual Deputado escutou muito coisas do tipo: menino, larga esse caderno e vai para o picadeiro... Seu burro, tá querendo fazer concurso, é?! E ele, como em todo conflito de geração, ficava demasiadamente contrariado com aquilo.  Hoje, reconhece que os adultos sempre querem o melhor para as suas crianças, os filhos da nação... Ah, Gazu, não seja ridículo!!! Essa foi boa, isso mesmo, todo esse contexto é passível de riso, con cerveza. Por exemplo: por que não colocar nosso Nobre Protagonista para desnovelar o agronegócio e a protelação da amazônia, uso e lambuzo dos recursos minerais, vegetais e humanos não-duráveis, o desenvolvimento assustentável, reforma da carga tribunária e a desapropriação do judiciário... Ora, meu caro, porque aí a cartilha já está pronta, não por restritos atores da comédia, como o supracitado, mas por astros dignos do oscar, "Aces of Dissimulacion". Assim sendo, se realmente o nosso personagem tiver problemas no aprendizado, como já foi CUASE comprovado,  talvez isso demore tempo suficiente para que aprendamos a lidar com nossos ph.D.’s da Picaretagem.