segunda-feira, 30 de maio de 2011

NATURALMENTE CULTURAL / CULTURALMENTE NATURAL

“Deus fez o macho e a fêmea, o côncavo e o convexo, “ambos os dois” sexos para compartilharem do paraíso...”. Esse ainda tem sido o principal argumento vivenciado por mim nas mídias orais e escritas, mais precisamente dos balcões de reclamação (dos bares) aos compartimentos chamados de “carta (ou desabafo) do leitor” (dos jornais locais), para rechaçar a união legal de mulheres e homenssexuais. Às vezes, uma e outra intervenção mais corajosa para desbancar o caráter hegemônico da coisa, mas não o suficiente. Posso até entender essa a-versão teológica pelo tempo e espaço em que se consolidou, mas, não concordando, poderia apresentar outras mais tolerantes com relação às metas e metades envolvidas na questão. Entretanto, muito se passou e muitas foram caladas, porque exterminadas pelo teocentrismo ocidental; enquanto que outras perderam seu apogeu pela conivência..., por isso, também tornaram-se anacrônicas para crônicas; mesmo que ainda agudas... Contudo, sincronizemos a peleja: Deus também me deu cabelo liso, enrolei; crespo, alisei; pele branca, bronzeei; negra, amarelei; budum, perfumei; pelos, depilei; filhos, abandobullyinei; inteligência, embolorei; dentes, arrancaram; largo, fechei; pequeno, acrescentei; grande... deixei! Aqui, os parâmetros com os quais lidamos são culturais, convenientemente naturalizados pelos mesmos detratores da diferença. Daí, prenso que com sexo tudo é com cavo, ludo é conexo!