sábado, 24 de setembro de 2011

TESTE inVOCACIONAL

Lá pelo fim da adolescência, minha mãe ouviu de uma vizinha, cuja filha prodígia já fazia o curso de DIREITO na Ufes, sobre o tal teste para assim descobrir o que em mim não poderia dar errante. A matriarca tirou corajosamente um dinheiro do nosso enforçamento familiar e fui eu, canela-verde, em direção a um puta consultório de psicoalgumacoisa, na capital... Aquela grana na carteira zombando do meu solitário Cadastro de Pessoa Fundida. Cheguei, fui muito bem recebido pela atendente, em alguns minutinhos, encaminhado a uma sala muito bem decorada, onde passei a tarde a fazer garatujas e untar os dedos em biscoitinhos Piraquê duma bandeja. Bem depois, quando inquirido sobre meus rabiscos, pela profissional responsável, respondi as perguntas com vazios de convicção, pois, além do incomum habitant, me vinham lampejos da falta que aquela grana faria em casa... Ao fim, com a palavra a psicólonga, de minissaia, sentada num pufe (talvez para dar uma certa ninformalidade a coisa...): "...diante do que você nos apresentou, Pedro (assim mesmo no plural, mas éramos somente os dois no ambiente), há muita energia em você, também nos parece que você gosta de sair e conhecer pessoas e tem uma leve tendência a falar sobre tudo..." ...e terminou o veredicto falando de uma grande sensibilidade artística de minha parte. Daí que fui fazer Letras, já pensando em ser escritor! Hoje, cá-gosmeus bostões... energia/potência, pessoas/presença e tudo-mais/Onisciência, putz(!), eu já era um novo MESSIAS, mas ali comecei a sabotar minha cruz!