sexta-feira, 22 de abril de 2011

DEFINITIVA MENTE NÃO SONHO MAIS


Há quem diga que tanto a vida quanto os sonhos são inenarráveis, seja pela limitação dos sentidos humanos, sejam p(ê)os medos anseios e frustrações que perpassam os envolvidos. Tanto melhor, pois isso não impede que transformemos o ambíguo umbigo em ubíquo, pelas categorias do simbólico. Assim, aqui, não discuto criação: o ovo versus a galinha: quer ser criativo abra uma granja ou transforme linguagem em literadura... Será o sonho um eufemismo para pesadelo ou sonho ruim, um pleonasmo???: Tenho dois personagens principais, um se chama J., tem dezesseis anos, e o outro, W., tem  32. O diabo é que o primeiro tem as feições do segundo quando este tinha aquela idade... Chega em casa a notícia por um colega do mais novo de que este estaria devendo uma graaana a uma boca de fumo e, como tal, ou os pais arcassem com a dívida ou ele morreria. A mãe com a feição preocupada da avó vai perguntar ao filho mais velho, safra do seu primeiro casamento, o que ele sabia a respeito daquilo. O enteado, que assim como eu não possui ali traços delineados, diz que nada, pois trabalhando feito louco como iria saber do lirmão que não faz nada o dia todo e maleporcamente estuda! Saímos os três a procurar a polícia para sabermos como se proceder no caso. Os agentes da segurança pública disseram que aquilo se tornara corriqueiro e como eles não podiam garantir a segurança das famílias, orientavam-nas para que pagassem, do contrári... De alguma maneira, o traficante soubera da nossa investida e de praxe foi tirar $ati$fa$$ão comigo: Não me lembro da cara que fiz... Ele já não queria mais a quitação do suposto débito, mas a entrega da casa ou então... Fixou uma data pra a nossa debandada! ...o caçula nos garantia que nunca existiu tal dívida, inventara aquilo, porque queria dinheiro para comprar um ultramegaultimolançamento de algo que para ele era da maior relevância naquele momento: ...O irmão esbravejava com o punho em triste que estragamos o moleque, porque no tempo dele a coisa era diferente... e que a casa que a avó que era vó construíra com tanto sacrifício; ...O caçula com cara de irmão gritando que iria sair de casa; ...A mãe com cara da mãe pedindo calma aos meninos: que cara teria feito eu naquele momento? OUÇO um arpítrio de longe e OUTRO de bem mais perto E OUTRO: “Um guarda municipal agora para quê, se nem em sonho tenho carro? Só me faltava essa! O João no berço chorando, a matriarca indo sono de tonta até ele, o irmão dormitando com a televisão ligada no quarto ao lado e avovó, presumo, ressonando no piso debaixo. Acordei xingando o saci do vigilante noturno por ter acordado a criança com o agourento ruído!!! Daí... Pensando bem, sempre fui relutante àquela ideia de que os homens como perspicazes escritores estivessem sempre à frente do seu tempo...

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