quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

MERGULHO GAY CAPIXABA

Em tempos remotos, estava num bar amigo em Jardim da Penha, bebericalmo, numa tarde de sexta, véspera de carnaval, entre desprovidos de grana (ou de paciência com as aglomerações nos baú-neários capixabas). Em sumo de limão com cachaça: junto à galera do Brejo da Cruz que presta serviços àquela comunidade. Daí, tocou uma música do já então falecido mas ainda saudoso Cazuza e suscitou-se o bandido comentário: Pena que era viado! Acho que fui punido pela heresia, se eu não tivesse insistido para tirarem do canal de samba, talvez não ouvisse isso nem passasse pelo que viria depois (senta, que lá vem estória). O troço descambou em comentários mais sórdidos que sortidos: poucavergonha, pe-ca-do, falta-de-caráter e trapossafins. Eufêmico, argumentei que era questão de orientação sexual, mas depois que não houve muita adesão à ideia deslizei-me para a pilhéria: Ah, zorra nenhuma, que pai orienta um filho a ser gay, né verdade? Logo, tá mais para desorientação, algo assim... dionisíaco! Tião-ni-o-quê??? Esbravejou alguém!!! Ai, minha Santa Inquisição, rogay..., foi então que o nosso anfitirano apareceu com a premissa de que aquilo era mesmo é doença..., novas desavenças: ...porque doença tem cura, só a Aids que não, até porque era mesmo coisa de viado etc tce cet. Bom, lobotomias à parte, fiquei momentaneamente a salvo aproveitando para subtrair meu pensamento daquela arena, lembrando-me de que já na próxima quinta-feira seria o início do semestre letivo na faculdade: hellniões com patrões, coordenadores de curso, psicopedagogos, colegas, não-colegas, alguns alunos e vasta clientela ...DOENÇA / DO-EN-ÇA / D-O-E-N-Ç-A... vamo vê, se eu tivesse uma crise na quarta-de-cinzas, será que conseguiria um atestadorzinho pára pelo menos dois dias? Terremotos templos...

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