sábado, 26 de fevereiro de 2011

QUANDO A POMBA GIRA E O EXU JAZ CAVEIRA


A bronca com música de celulares em ônibus já foi motivo de queixa minha. Agora volto ao sistema de transporte coletivo para ressaltar outras de suas benesses, por exemplo: a complacência de motoristas e trocadores com vendedores e pregadores: “Eu já fui drogado...". "Que droga! E parou pra isso?..." É um entra e sai maluco, às vezes, um atrapalha o outro, e se você não compra tal caneta ou doce, o agente da massiva puxa o troço com força da sua mão e vocifera: "que Deus lhe dê em dobro..."; "carece não, sou diabrético". Querem filantropia, que abram as portas dos tribunais: "MERETRÍSSIMO, tô vendendo pra não roubá!" Na Câmara dos Deputados, do Senado e de congêneres, então, nem venda, somente peça, pois de quatro em quatro anos eles ficam nos mendigando votos descaradamente mesmo. Caso lhe perguntem o porquê de você não arrumar um serviço decente, seja honesto, responda que nunca gostou de trabalhar, que seu sonho de infância era ser político. Ora, eu também poderia "tá matando ou roubando, mas tô dando aula" e no trajeto do trabalho ou da faculdade é onde e quando consigo colocar minhas ideias e leituras em dia... Assim sendo, estava a regozijar-me no meu Grande sertão: veredas, quando um cidadão que não pagou a passagem, pois entrou pela porta do meio, começou a gritar a Bíblia. Eu coloquei meu livro na altura dos olhos para tentar recuperar o deleite; o cujo se aproximou mais de mim e aumentou a voz; não me fiz de rogado, colei o livro na minha fronte (quase que pude sentir o suor do sertão). Daí, o arauto me cutucou e perguntou se eu achava que o que estava lendo era mais importante do que a Palavra. Amigo, você vai pro céu? Retruquei. Com certeza, respondeu. Então não quero ir não, você é muito chato!!!! O camarada ficou possesso, esbravespumava sobre ser eu o próprio anticristo. Pulei rapidamente do ônibus e peguei outro: “Deus existe mesmo quando não há. Mas o demônio não precisa de existir para haver”, frisou-me compadre meu, Riobaldo...

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